Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2008
Queria desejar a todos um Ano de 2009 com tudo o que há de melhor! Que hajam muitas Bençãos, Graças e Amor de Deus. Que hajam dias de muito sol, estrelas, luas lindas, arco-iris no Céu. E que nos dias mais escuros sejamos sol uns para os outros...E que digamos a esperança em cada dia do ano...e que nos empenhemos na construção de sonhos belos e únicos...Um ano ao serviço do bem comum e da construção de um mundo melhor para todos e onde todos tenham vez e voz!
Beijos e abraços e ternuras
Teresinha.
Para si Mãe querida e para todos no céu onde habitam a eternidade, cuidem de nós. Beijos eternos, abraços para sempre a a ternura da filha que a adorará sempre! Minha Mãe! Não se esqueça de mim, do nosso amor de sempre e para sempre! Obrigada Mãe!
Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008
Querida Mãe,
Faz hoje um mês que a Mãe partiu para o Céu. O pior mês de todos! Acho que todos os dias me faz mais falta, Mãe. A nossa Casa é um vazio sem a Mãe: sabe Mãe? Ninguém pede Coca-Cola, nem água gelada, nem pergunta quando eu chego… A sala Mãe parece gelada às vezes sem a sua cadeira de rodas, sem a mesa… é tudo tão triste… e quando eu chego ninguém diz que chegou o KGB… são 10h16m Mãe e foi a esta hora que foi dado o seu óbito…parei para rezar por si e a si. Imagino a alegria dos Avós e dos Tios quando a Mãe chegou ao Céu! Mas acredite querida Mãe que é tudo tão triste e tão vazio sem aquela sua alegria que enchia a casa. E agora Mãe, mesmo com a casa cheia é um silêncio e vazio horrível!
É tudo muito duro minha godinha mas é tão bom sentir a sua presença. Saber que a Mãe está comigo e que toma conta de mim, de nós através de tanta coisa e de tantas pessoas, às vezes pessoas que nem esperávamos… Obrigada Mãe! Não se esqueça de mim, cuide sempre de mim. Parece que todos os dias preciso mais de si.
Obrigada querida Mãe pela Mãe imensa que foi, é e será sempre! Perdoe todas as vezes que fui má filha, perdoe as minhas fúrias, perdoe não ter aceite a sua fragilidade, desculpe as minhas impaciências, desculpe Mãe…. A Mãe será sempre a minha rocha e o meu pilar. A minha força, a minha ancora. A minha MÃE! A melhor do mundo!!! A minha estrela dourada! A mais brilhante do Céu!
Mãe ADORO-A! Beijos gordos e eternos cheios de ternura! Xi-Coração! E espere por mim Mãe… não se esqueça de mim…
Teresinha.
P.S.- a Mãe da Laurinda partiu o fémur. Mãe olhe por eles aí no Céu sim? Beijo gordo!
Domingo, 28 de Dezembro de 2008
Faz amanhã um mês que a Mãe foi para o Céu! Já...
Vou agora a uma das Missas pela Mãe. Beijos imensos e eternos cheios de ternura Mãe.
Teresinha
Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2008
Hoje é a noite mais brilhante do ano… Deus vem ter connosco, é Natal!
Hoje é o primeiro Natal sem a Mãe, que nem há um mês foi ter com Deus. Regressou à casa do Pai. Não sei por em palavras, não sei exprimir o que sinto porque é imenso. Nunca pensei que fosse possível sentir o que sinto, uma mistura de percepções e de sentimentos que não se escrevem.
A Mãe adorava como ninguém o Natal! O brilho dos olhos dela, a loucura pelas luzes, pela árvore, pelos presentes, pelo Presépio! Minha Mãe!
E não é por fazer a travessia do deserto que deixa de ser Natal. Por isso enfeitei a casa, fiz o Presépio…tudo. Devo-o à Eunice que me ajudou porque senão a esta hora ainda estava a chorar sobre o Presépio. Obrigada Amiga. És uma das pessoas que a Mãe pôs a cuidar de mim e do que ela mais amava…
Hoje acordei, mudei a roupa da cama (é Natal pomos a melhor de todas), tirei a toalha do casamento do Avós (linda!) para a mesa, preparei o jantar para fazer, preparei a casa. Fi-lo com as lágrimas de saudades a correr cara abaixo. Que vazio! Faltava a Mãe para se rir da minha falta de jeito, para dizer “Oh Teresinha que falta de jeitinho…” e para depois de ter dito como era tudo dizer com os olhos cheios de lágrimas e comoção: “está linda a minha casa…”. Não estava a Mãe para depois quando lhe desse beijinho fazer-me uma festa e dizer “obrigada minha querida…”. A ternura da minha godinha. Chorei imenso. Rezei-lhe. Rezei.
É então que uma paz me inunda. Hoje tenho um presente único e que terei todos os Natais até ao dia em que também eu viver no Céu o Natal: Hoje a estrela maior, mais brilhante e mais dourada que me guiará ao Presépio é a minha Mãe! Hoje a minha Mãe vive o Natal em grande e em directo. A Mãe está ao colo de Deus. E que maior presente posso eu ter? Hoje a Mãe pede por mim ao Menino Jesus ao colo de Deus. É então que nasce a ternura no meu coração e que uma paz me inunda. Digo a Esperança. Oiço a Mãe dizer “a nossa casa está linda… Santo Natal meu amor, que o Menino Jesus te faça muito santinha…” É Natal! Mãe, no céu onde agora habita, Santo Natal. Dê muitos beijinhos ao Menino Jesus e à Mémé, sim? Cuide de mim, de nós… Beijinhos a todos aí! Saudades…
É Natal…que seja muito Santo…e que o Menino nasça no nosso coração e que o nosso coração seja umas palhinhas quentinhas e confortáveis. É Natal e eu agradeço e espero.
Teresinha
Sábado, 13 de Dezembro de 2008
PARTE I
Passaram hoje duas semanas sobre aquela manhã fria e de chuva, a pior da minha vida, a manhã fria em que a Mãe foi para o Céu. Uma paragem cardio-respiratória e a minha Mãe foi-se embora, devagarinho, a dormir na sua posição de sempre, parecia um bebé. Para mim um silêncio, um vazio que se abate. Fui invadida por uma dor sufocante e fiquei durante momentos, para mim o tempo todo, num silêncio que eu não conhecia e nunca experimentara. Como se o mundo inteiro se tivesse calado. Aquele momento de que eu tinha pavor tinha chegado. Tempo depois as lágrimas. Fui ver a Mãe. Linda, umas mãos únicas, nenhuma ruga aos 79 anos. O Senhor tinha-a levado para junto Dele.
Tive a bênção de ter uma Mãe imensa, única e que foi tudo para mim. Devo-lhe tudo o que sou. Fiquei muito aquém daquilo que deveria ter sido como filha. O que me ensinou, o que fez por mim, o que a minha Mãe é e significa para mim não se consegue dizer nem que ficasse a escrever para sempre.
Dona de uma personalidade e dum carácter fortíssimos foi uma mulher que lutou sempre. E lutou até ao fim. Esperava - dizia a sua esperança – todos os dias por dias melhores. Nunca se alheou de problemas e do que se passava à sua volta, e sobre tudo pensava em silêncio. Foram poucas as queixas que lhe ouvi. Percebia no seu olhar cheio de força que estava a pensar e perguntava-lhe o que era. Dizia sempre “não é nada”… não me queria preocupar… e até naquela noite quando comecei a perceber o que se passava (e ela sabia) e perguntei vamos para o hospital, disse que não, que estava bem, apenas pediu um beijinho. Não me antecipou o sofrimento, não quis que sofresse logo. Foi sempre assim, na vida dela. Eu estava deitada ao lado e ela iniciou a partida quando eu passei pelas brasas. Sozinha, sabia que eu estava ali, mas foi sozinha.
Teresinha